20 de out. de 2010

"Mas eu não estou louco, só não estou muito bem
Eu sei que agora você não pode dizer
Mas fique por aí que talvez você veja
Um outro lado meu
Eu não estou louco, só um pouco enfraquecido
Eu sei que agora você não se importa
Mas logo você vai pensar em mim
E como eu costumava ser..."

3 de out. de 2010

riscos

Rir é correr o risco de parecer tolo ...
Chorar é correr o risco de parecer sentimental ...
Estender a mão é correr o risco de se envolver ...Expor seus sentimentos é correr o risco de mostrar seu verdadeiro eu ...
Defender seus sonhos é correr o risco de perder pessoas ...
Amar é correr o risco de não ser correspondido ...
Viver é correr o risco de morrer ...
Confiar é correr o risco de se decepcionar ...
Tentar é correr o risco de fracassar ...
Mas os riscos devem ser corridos porque o maior perigo é não arriscar nada.
A pessoa que não corre nenhum risco não faz nada, não tem nada, não é nada.
Elas podem até evitar o sofrimento e desilusões, mas elas não conseguem nada, não sentem, não mudam, não crescem, não amam, não vivem.
Acorrentadas por suas atitudes elas viram escravas, privam-se de sua liberdade. Somente a pessoa que corre riscos é LIVRE !!

você

Todas essas coisas de que falo agora – as particularidades dos dragões, a banalidade das pessoas como eu -, só descobri depois. Aos poucos, na ausência tua, enquanto tentava compreendê-la. Cada vez menos para que minha compreensão fosse sedutora a ponto de convencê-la a voltar, e cada vez mais para que essa compreensão ajudasse a mim mesmo a. Não sei dizer. Quando penso desse jeito, enumero proposições como: a ser uma pessoa menos banal, a ser mais forte, mais segura, mais serena, mais feliz, a navegar com um mínimo de dor. Essas coisas todas que decidimos fazer ou nos tornar quando algo que supúnhamos grande acaba, e não há nada a ser feito a não ser continuar vivendo.

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Olha, eu estou te escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa. Talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo o meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir. Eu não queria que fosse assim. Eu queria que tudo fosse muito mais limpo e muito mais claro, mas eles não me deixam, você não me deixa.

de você

Eu preciso muito, muito de você. Eu quero muito, muito você aqui de vez em quando nem que seja, muito de vez em quando. Você nem precisa trazer maçãs, nem perguntar se estou melhor. Você não precisa trazer nada, só você mesmo. Você nem precisa dizer alguma coisa no telefone. Basta ligar e eu fico ouvindo o seu silêncio. Juro como não peço mais que o seu silêncio do outro lado da linha ou do outro lado da porta ou do outro lado do muro. Mas eu preciso muito, muito de você.

Remar


Olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar também. Tá me entendendo? Eu sei que sim.
Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou. Faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso preciso saber se você vai também. Porque sozinha, não vou. Não tem como remar sozinha, eu ficaria girando em torno de mim mesma. Mas olha, eu só entro nesse barco se você prometer remar também! Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia. Mas você tem que prometer que vai remar também, com vontade! Eu começo a ler sobre política, futebol, ficção científica. Aprendo a pescar, se precisar. Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo, mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças!
Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena.
Remar.
Re-amar.
Amar.