27 de jul. de 2010

abracei o ar

Eram dois olhos. semi-cerrados. eram muitas imagens. centenas, milhares. atrás daqueles olhos. e através da minúscula fresta que havia entre suas pálpebras, pude ver dúvidas. pude ver seguidos momentos de sonhos acumulados, horários a cumprir, problemas a resolver. eu só procurava felicidade naqueles olhos. me esforçava para proporcionar isso, e rápido. queria ser inesquecível. foi aí que envolvi meus braços em volta de sua cintura e, aspirando pelo nariz e boca um suspiro trêmulo, apertei-a como o ar, até que meus cotovelos tocassem minhas costelas. abracei o ar. não havia nada ali.